terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A ILHA DE GIGLIO - ITÁLIA

                                                                          ISOLA DEL GIGLIO




A  Isola del Giglio  é uma comuna italiana da região da Toscana, província de Grosseto, com uma área de 23,80 km².

A ilha tem 1.553 habitantes (2001), o que corresponde a uma densidade populacional de 65,25 hab/km². Situa-se a 16 km ao largo da costa da Toscânia, sendo uma das sete ilhas que formam o arquipélago Toscano.

Apesar da palavra giglio significar "lírio" na língua italiana, o nome deriva de Aegilium Insula, o nome latino da ilha, uma transliteração para o latim da palavra grega  aigýllion  ou "pequena cabra".

O nome significa pois simplesmente "ilha da Cabra", pelo que carecem de fundamento as opiniões que pretendem ligar o nome da ilha ao lírio utilizado na heráldica da República de Florença no tempo dos Medicis.






A ilha está separada do continente por um canal com 16 km de largura no seu ponto mais estreito, o troço fronteiro ao Monte Argentario.

A ilha é montanhosa, consistindo essencialmente por colinas de granito, as quais culminam no Poggio della Pagana (496 m acima do nível médio do mar).

Cerca de 90% da superfície da ilha é coberta por vegetação mediterrânica de arbustos e matas xerofíticas que se alternam com pinhais evinhedos. As vinhas da ilha produzem um vilho conhecido localmente por "Ansonaco".




A costa da ilha tem 27 km de comprimento, essencialmente composta por altos rochedos e falésias a pique, na qual se abrem diversas baías: Arenella, Cannelle, Caldane e Campese, sendo que esta última é a maior, albergando no seu recesso a pequena povoação do mesmo nome e a estância turística que lhe está associada.

A municipalidade é composta pelas ilhas de Giglio e Giannutri. Na ilha de Giglio, a maior das duas, estão localizados os principais povoados do município:

Giglio Porto (Porto de Giglio) localizado na costa leste da ilha (virado para o continente), é o principal porto da ilha. O povoado está dividido nos bairros de Chiesa, Moletto e Saraceno.

Giglio Castello (Castelo de Giglio), localizado sobre uma colina na zona central da ilha, onde se encontra a fortaleza que durante muitos séculos defendeu a ilha. A localidade está dividida nos bairros de Casamatta, Centro, Cisterna e Rocca.

Giglio Campese, localizada na costa noroeste da ilha, é uma moderna estância balnear e de desportos marinhos.





A moderna ilha de Giglio formou-se há cerca de 4,5 a 5 milhões de anos atrás e é habitada pelo menos desde a Idade do Bronze.

A ilha terá sido um bastão militar da civilização etrusca, tendo depois caído sob o domínio de Roma, passando a ser referida como Aegilium Insula ou Igillia Insula.

Nesse período foi uma importante base naval no Mar Tirreno, tendo sido citada brevemente por Júlio César na sua obra De Bello Civili, por Plínio, por Pomponius Mela e pelo poeta Rutilius Claudius Namatianus, tendo este último celebrado o sucesso de Igiliumna derrota dos Getae declarando que a ilha fornecia porto seguro aos navios romanos, num período em que as encostas de Igilium ainda eram florestadas:





No ano de 805 a ilha foi doada por Carlos Magno à Abadia de Tre Fontane, de Roma.

Posteriormente esteve sucessivamente na posse das famílias Aldobrandeschi, Pannocchieschi, Caetani e Orsini e da municipalidade de Perugia.

Em  1241 a  esquadra  siciliana  do imperador Frederico II do Sacro Império Romano-Germânico  destruiu a esquadra genovesa ao largo da ilha.

A partir de 1264 a Isola del Giglio foi integrada na República de Pisa, com a qual passou para o domínio da família Medici.

Ao longo da sua história a ilha sofreu numerosos ataques sarracenos, o último dos quais em 1799.





Ao entardecer do dia 14 de Julho de 1646, o almirante Jean Armand de Maillé-Brézé foi morto na Batalha de Orbetello, quando comandava o seu navio-almirante Grand Saint Louis em manobras nas proximidades da costa da ilha de Giglio.

Ao longo da sua história a ilha foi sempre conhecida pelos seus depósitos minerais e pela excelência dos seus granitos. Muitas colunas e partes nobres de edifícios da Roma antiga foram construídas com granitos trazidos da ilha.

A ilha integra o Parque Nacional do Arquipélago Toscano (Parco Nazionale Arcipelago Toscano).




Na ilha situam-se as ruínas da vila romana da família de Domitius Ahenobarbus (século I ou II). A vila situa-se nos arredores de Giglio Porto (Porto de Giglio). Não se conhecem quaisquer restos do famoso templo de Diana que existiu na ilha.

A igreja de San Pietro Apostolo (São Pedro Apóstolo), em Giglio Castello (Castelo de Giglio), tem um crucifixo em marfim atribuído ao escultor Giambologna.

Na costa da ilha foram localizados os restos do naufrágio de um navio etrusco da fase inicial da Idade do Bronze,  600 a.C.

A carga do navio naufragado incluía lingotes de cobre echumbo, barras de ferro, ânforas e um capacete coríntio. Apesar de estar bem preservado, permitindo a recolha de uma tábua de escrita, com o seu estilete, os achados estão actualmente quase todos perdidos.




NICOLACE MÁRCIO









sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O NAVEGADOR ITALIANO " CRISTOVÃO COLOMBO "





                  CRISTOVÃO COLOMBO



Cristóvão Colombo nasceu na Itália, por volta do ano 1451. Marinheiro desde sua infância ele transformou-se em um cartógrafo brilhante.




Nascido em Gênova em 1451, Cristóvão Colombo tornou‑se conhecido por ter sido o primeiro homem a trazer notícias consistentes sobre as terras existentes na parte ocidental do Atlântico, a América. Pelo fato de ser considerado o descobridor de um novo mundo e também porque sendo originário da península itálica, viveu muitos anos em Portugal e realizou o seu maior feito ao serviço dos Reis Católicos de Aragão e Castela e ainda porque existem alguns passos menos conhecidos da sua biografia, muito se tem especulado sobre esta personagem.



São inúmeras as teses que defendem que ele não seria genovês mas sim galego, catalão, português ou mesmo búlgaro, consoante a origem dos autores destas idéias. Teorias sobre o seu papel como espião ao serviço de D. João II ou sobre interpretações cabalísticas da sua assinatura ou do seu próprio nome também abundam. Não é obviamente sobre essas ou outras idéias fantasiosas elaboradas em redor da personagem de Colombo que tencionamos escrever mas sim sobre os fatos que são comprovados por investigações históricas sérias.



Na época em que Colombo viveu eram conhecidas, pela maioria dos Europeus, as extraordinárias riquezas que o Oriente possuía, especialmente em termos de especiarias. Era objetivo de D. João II alcançar essas regiões por via marítima de modo a desviar o comércio que até então se fazia por terra, e que na Europa era controlado pelos mercadores das cidades‑estado da península itálica.




Por outro lado, na mesma época, era aceite que a Terra teria uma forma esférica. Portanto, a viagem para essas terras orientais poderia ser feita por duas vias. Uma delas seria atravessar todo o Atlântico, no sentido Norte‑Sul, de modo a contornar África voltando a subir para Norte até chegar à Índia e daí seguir mais para oriente. Esta era a via que os Portugueses andavam a explorar e que consideravam como possível, recordemos que Bartolomeu Dias já cruzara o Cabo da Boa Esperança



A outra possibilidade consistia na navegação para ocidente, sempre no hemisfério norte, na esperança que no outro lado do Atlântico se encontrasse o Extremo‑Oriente, o reino do Cipango. Uma vantagem evidente desta alternativa era o fato de não ser necessário cruzar o Equador, sendo a viagem sempre feita em regiões de clima mais ou menos temperado, mais favoráveis para os marinheiros europeus.


Viveu bastantes anos em Portugal, mais precisamente no arquipélago da Madeira onde casou com Filipa Moniz, filha de Bartolomeu Perestrelo. Não admira pois que Colombo acompanhasse de perto os desenvolvimentos que os descobrimentos portugueses iam conhecendo, nomeadamente as notícias algo confusas que relatavam a existência de terras a ocidente. Por outro lado, tomou também conhecimento das novidades da expedição de Marco Pólo ao Extremo‑Oriente. 


Se a tudo isto juntarmos as noções geográficas que adquiriu especialmente por influência das idéias de Toscanelli, que atribuíam para a Terra dimensões inferiores às que realmente tem, fácil será percebermos que para ele a forma mais expedita de atingir o Oriente seria navegar para Ocidente, pois o reino do Cipango “estava já ali, do outro lado deste oceano que lhe era familiar”.


Conhecedor do interesse que o Príncipe Perfeito demonstrava em atingir as terras das especiarias e vivendo em Portugal não é de estranhar que a primeira pessoa q quem apresentou o seu projeto fosse o monarca português. No entanto, este consciente de que a sua opção de contornar África, que vinha desenvolvendo há anos, lhe permitiria atingir o Oriente recusou a oferta. Nesta teria certamente pesado o fato de, tendo em conta os conhecimentos geográficos dos seus conselheiros, D. João II não ter acreditado que a viagem para ocidente fosse tão curta como Colombo sugeria.


Vendo recusada a sua oferta em Portugal, em 1486 Colombo dirige‑se para Castela e apresenta igual proposta aos Reis Católicos. Também estes começam por recusar qualquer apoio ao genovês, que tenta ainda a sua sorte junto das cortes de França e Inglaterra, obtendo também nestas uma resposta negativa. Apenas em 1492 conseguirá que a rainha Isabel, a Católica, se decida a apoiar o seu plano de alcançar o Extremo‑Oriente navegando para Oeste.


Conseguido o necessário suporte, Colombo largou, em 3 de Agosto de 1492, comandando uma armada composta por três naus: Santa Maria, Niña, ePinta. Passando pelas Canárias dirigiram‑se para Oeste em busca das terras que o genovês tinha por certo que encontraria. Para conseguir convencer os seus marinheiros, apreensivos por navegarem em mares desconhecidos, ocultou o valor da distância realmente percorrida. Finalmente a 12 de Outubro do mesmo ano avistaram terra, uma das ilhas do arquipélago das Bahamas. Nesta viagem exploraram ainda as ilhas de Cuba e do Haiti, sempre convencido que estava nas costas do Extremo‑Oriente. Daí a designação de índios que atribuiu aos habitantes daquelas terras e que se manteve até aos nossos dias.

                                          GÊNOVA

No regresso, em princípios de 1493, passou por Lisboa onde deu conhecimento dos resultados da sua expedição ao Príncipe Perfeito. Este reclamou para si a posse das terras encontradas por Colombo, pois de acordo com o Tratado de Alcáçovas‑Toledo, assinado pelos monarcas de Portugal e de Castela, pertencia ao monarca português o direito de descobrir terras para sul das Canárias. Foram encetadas negociações diplomáticas entre ambos os reinos e, em última análise, o resultado das mesmas foi a assinatura do Tratado de Tordesilhas que alterou significativamente os direitos de navegação e descoberta de cada um dos reinos. Passou‑se de uma linha divisória definida por um paralelo, para outra definida por um meridiano, ficando Portugal com os direitos sobre o Oriente, enquanto que Castela ficou com os direitos sobre a América, exceto o Brasil, e sobre o Pacífico.


Em Novembro de 1493 voltou a partir para ocidente, desta feita com uma grande armada, destinada a iniciar a colonização destas terras. Explorou mais ilhas das Caraíbas, no entanto não conseguiu encontrar as tão ambicionadas riquezas que ia procurar. Em 1498 tornou a partir, desta vez com intenção de explorar os mares mais para sul, tendo andado nas costas da América Central, na região da atual Venezuela. No regresso desta viagem foi preso, em 1500. O seu prestígio, recordemos que obtivera o título de almirante‑dos‑mares, vice‑rei e governador das terras que descobrira foi bastante abalado.


Apesar destas contrariedades ainda conseguiu o comando de uma quarta armada, que partindo em 1502 explorou as Honduras e a costa do Panamá. O navegador acreditava estar na Indochina, procurando o Estreito de Malaca. Regressou em 1504 vindo a morrer em 1506, na mais completa pobreza, abandonado por aqueles que antes o apoiaram, certamente porque teriam percebido que Colombo não atingira o Oriente como se tinha proposto. No entanto, o grande navegador morreu certamente com a convicção de que realmente alcançara terras da Ásia.


Nicolace Márcio


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

HOMENAGEM AOS CINES BRANCOS



NAVIOS DE TURISMO BRASILEIROS

Os quatro navios de transporte da Companhia Nacional de Navegação Costeira, posteriormente comprados pela Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, eram chamados de "CISNES BRANCOS". 










São eles:
  • Anna Nery
  • Princesa Isabel
  • Princesa Leopoldina
  • Rosa da Fonseca
                                                             LB ANNA NERY
O paquete "ANNA NERY "

- Cttor.: Brodogradiliste Uljanik, Pula, Croácia, 09.1962

- Arqueação : Tab 10.444,00 tons - Porte 3.430 tons

- Dimensões : Ff 150,00 mts - Pp 135,00 mts - Boca 20,00 mts

- Máquina : B&W, 1962 - 2:Di - 7:Ci – 8.100 Bhp – 17,5   m/h

- Entregue para demolir em Alang, Índia, em 2010

                                               LB PRINCESA ISABEL

O paquete " PRINCESA ISABEL "


- Cttor.: Soc. Espanhola de Const. Naval, Bilbao, 08.1962

- Arqueação : Tab 9.821,00 to - Tal 3.612,00 to - Porte 3.300 tons

- Dim.: Ff 145,60 mts - Pp 132,01 mts - Bc 18,70 mts Ptl 8,31 mts

- Máquina : B&W, 1962 - 2:Di - 8:Ci – 6.500 Bhp - 17 m/h

- Demolido em Alang, Índia, em 25 de Janeiro de 2008

                                                LB PRINCESA LEOPOLDINA
O paquete " PRINCESA LEOPOLDINA "

- Cttor.: Estaleiro Euskalduna, Bilbao, Espanha, 08.1962

- Arqueação : Tab 9.696,00 tons - Porte 2.848 tons

- Dimensões : Ff 145,60 mts - Pp 132,00 mts - Boca 18,70 mts

- Máquina : B&W, 1962 - 2:Di - 8:Ci - 9.200 Bhp - 17 m/h

- Demolido em Alang, Índia, em 22 de Junho de 2001

                                                  LB ROSA DA FONSECA
O paquete " ROSA DA FONSECA "


- Cttor.: Brodogradiliste Uljanik, Pula, Croácia, 09.1962

- Arqueação : Tab 10.451,00 to - Tal 6.661,00 to - Porte 2.911 tons

- Dim.: Ff 150,00 mts - Pp 135,16 mts - Bc 19,00 mts - Ptl 10,00 mts

- Máquina : B&W, 1962 - 2:Di - 7:Ci – 8.100 Bhp – 17,5 m/h

- Demolido em Calcutá, Índia, a 02 de Março de 1998.
                             LB ANNA NERY

                                                         LB PRINCESA ISABEL

                          LB PRINCESA LEOPOLDINA

                                                        LB  ROSA DA FONSECA


TRIPULAÇÃO DO NAVIO
Secção de Convés:
CLC – Capitão-de-Longo Curso
CCB- Capitão-de-Cabotagem
Imediato ( Pode ser um CCB ou um 1°ON).
1° ON- 1° Oficial de Náutica, ou 1° Piloto
2° ON- 2° Oficial de Náutica, ou 2° Piloto
Praticante (Recém formado)
MCB- Mestre de Cabotagem
CTR- Contra-Mestre
MNC- Marinherio de Convés
MOC- Moço de Convés
MAC- Marinheiro Aux. de Convés
Secção de Máquinas:
Oficial Superior de Maquinas ( ou Chefe-de-Máquinas)
1° Oficial de Máquinas( 1° Maquinista)
2° Oficial de Máquinas( 2° Maquinista)
Praticante (Recém formado)
CDM- Condutor de Máquinas ( ou Bombeador em navios tanques)
ELT – Eletricista
MNM – Marinheiro de Máquinas ( ou Foguista)
MOM – Moço de Máquinas
Marinheiro Aux. de Máquinas.
Secção de Câmara:
CZA – Cozinheiro
TAA – Taifeiro
Secção de Saúde:
ENF – Enfermeiro
ASA – Auxiliar de Saúde
AO SAUDOSO CLC - CAPITÃO-DE-LONGO CURSO 
COMTE. ÂNGELO NICOLACE NETO

QUE   FEZ  PARTE  NA  HISTÓRIA    DOS  CISNES    BRANCO    E
DA MARINHA MERCANTE BRASILEIRA, NOSSAS FRATERNAS HOMENAGENS





Márcio Nicolace